De acordo com dados da PNAD compilados pela consultoria IDados, publicados pelo Estadão, entre o terceiro trimestre de 2014, início da recessão, e o mesmo período do ano passado, meio milhão de trabalhadores passaram a ganhar o salário mínimo.
No trimestre encerrado em setembro do ano passado, 27,3 milhões de trabalhadores recebiam até um salário mínimo. Esse número, que representa um terço do total de trabalhadores do País, mostra que muito desse aumento ocorreu pela explosão da informalidade, diz a matéria.
No terceiro trimestre de 2019, eram 20,9 milhões de informais ganhando até R$ 998 por mês — ante 6,2 milhões de trabalhadores com carteira assinada que tinham essa remuneração no mesmo período.
“Além disso, a diferença salarial entre demitidos e admitidos aumentou nos últimos meses do ano passado, o que aponta que o aquecimento do mercado ainda não recuperou o vigor de antes”, disse a Estadão Ana Tereza Pires, pesquisadora da IDados.
Ela lembra que a crise também fez crescer o número de trabalhadores com mais anos de estudo que caíram na informalidade ou aceitaram uma remuneração menor no mercado formal. De 2014 a 2019, houve um forte crescimento entre os trabalhadores que têm o ensino médio completo ou a partir do ensino superior que ganham até um salário mínimo. Eles ocuparam vagas que antes eram destinadas a pessoas menos qualificadas.
A importância dos sindicatos que defendem os trabalhadores cada vez mais se torna presente nas negociações de CCTs e ACTs.
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